Estranhos que visitaram

terça-feira, 7 de setembro de 2010


Eu tenho vontade de gritar quando me deparo com a dureza da vida, mas aí neste momento vem a voz do meu Pai que diz: ‘’tudo passa’’. É, tudo bem, pode parecer um clichê, mas o clichê é o que dá certo. E, com certeza, tudo passa. Respiro, tenho uma imensa vontade de chorar, mas aí eu me sinto vazia, com as lágrimas me envolvendo, sinto-me pior e melhor ao mesmo tempo. Porque para o ser humano que está mal tudo que aponta ao próprio fracasso é bem-vindo. O ser humano se abre ao fracasso, na verdade, ele chama a decepção, como um voluntário para a vergonha do ego.

A sociedade te cobra do corte de cabelo ao namorado. Perceba que a preposição ‘’ao’’ carrega uma negatividade gigantesca, sabe o motivo? Eu já respondi no início: A sociedade. Mas e nós mesmos? Será o meu ‘’eu’’ o meu inferno? Meus pensamentos são traidores, eles ardem e me levam a paraísos inexistentes, me fazem ver em pessoas cheias de inferno o céu. Sou eu o meu ópio? É aterrorizante a capacidade de depositar nas mãos das pessoas a felicidade própria, e tomar pra si a realidade. Quando digo a ‘’felicidade’’ é porque temos a ideia de que ela é abstrata, que vai passar logo e que logo vem a ‘’realidade’’: a dureza do cotidiano, onde somos infelizes e esperamos o próximo golpe da vida.

Aí, você se depara com uma pessoa que diz : ‘’eu sou feliz’’. O que é felicidade? Dinheiro não traz felicidade? Mas quem sou eu para dizer isso? E quem sou eu para criticar alguém que ache o contrário? Quem eu sou para criticar a realidade de alguém? Depois de tamanha reflexão (ou não), quem se importa quando minha cabeça está indo pelos ares? Um dos sentimentos que mais me abalam é o do fracasso, não que eu esteja/seja, mas a sensação de ninguém poder te ajudar é horrível. Você pode estar lendo meu blog nesse momento e não estar entendendo nada. Agora imagine esse sentimento para uma vida. É o que estou sentindo. Basta! Preciso de um copo d’água.